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Trabalho e alienação

.. domingo, 8 de setembro de 2013





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Estado e a Política

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Uma breve história do jeans

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  Uma breve história do Jeans

 Durante o século XIX, acontecia nos Estados Unidos a corrida pelo ouro. Os mineradores trabalhavam incessantemente, sujeitos a todo tipo de situação, e precisavam de roupas que fossem resistentes o suficiente para o trabalho pesado nas minas. Em 1853, o jovem Levi Strauss, um judeu alemão, foi ao velho oeste americano vender lona para cobrir as carroças dos mineradores, mas devido à saturação do mercado, seus produtos começaram a se acumular nas prateleiras. Ao observar o trabalho dos mineradores, percebeu que suas roupas não resistiam ao trabalho pesado, e que eles necessitavam de algo mais durável para a atividade que exerciam. Ao notar o que acontecia, sem perder tempo, Levi Strauss levou um dos trabalhadores a um alfaiate, e com o tecido que não conseguia vender, confeccionou uma calça para ele, na cor marrom.

Logo, as calças feitas com a lona se espalharam entre os mineradores. No entanto, esse material era muito rígido e desconfortável, o que fez Strauss buscar um tecido de igual resistência, porém, mais flexível. O tecido de algodão sarjado, uma espécie de brim, vinha da região de Nîmes, na França e era utilizado pelos marinheiros genoveses. Do seu local de origem, veio o nome denim, “de Nîmes”. A cor azul do tecido veio só depois, quando Levi Strauss decidiu tingir as peças com o corante de uma planta chamada Indigus, dando a cor pela qual o jeans é hoje conhecido. Em parceria com seus irmãos e cunhados fundou a Levi Strauss & Co.

Em 1872, o então fabricante de capas para eqüinos, Jacob Davis, escreveu uma carta para Strauss, dizendo que, com o tempo e o peso das pepitas de ouro, os bolsos das calças dos mineradores começavam a cair. Propôs, então, uma solução: unir os bolsos às calças com o mesmo tipo de rebite de metal que se utilizava nas correias dos cavalos. Entretanto, Davis queria a patente da idéia, que foi paga for Strauss. A partir daí, os dois se juntaram em uma próspera sociedade na produção das calças de denim.

O primeiro lote de calças tinha como código o número 501, que nomeou o clássico e mais famoso modelo da Levi’s. Aos poucos, as calças jeans foram sendo aprimoradas. Em 1860 foram adicionados os botões de metal. Em 1886, veio a etiqueta de couro presa ao cós da calça. A cor índigo, pela qual o jeans é conhecido hoje, só apareceu por volta de 1890. Foi mais uma estratégia de Strauss para transformar a sua criação em uma peça mais atraente. Os bolsos traseiros só foram inseridos em 1910.

O jeans começou a se popularizar na década de 30, quando, usado pelos cowboys norte-americanos, quando apareceu em filmes que retratavam o clima western, que se tornou moda. Durante a Segunda Guerra Mundial, os soldados norte-americanos usavam uniformes confeccionados com o tecido, dando ao denim uma imagem de virilidade. Após a vitória dos Aliados, o jeans se espalhou pelo continente Europeu.

O denim atravessou o século XX, se transformando no artigo de moda mais democrático e popular existente. Na década de 40, os cowboys do asfalto montavam suas motos Harley-Davidson trajando o jeans. Mas foi na década de 50 que o jeans se transformou em símbolo de rebeldia, quando, no filme Juventude Transviada, o ator James Dean, no papel do jovem e rebelde Jim Stark, apareceu usando a combinação clássica: calça jeans e camiseta branca. Além de Dean, Marlon Brando e Elvis Presley contribuíram para que o artigo se disseminasse entre os jovens da época, que teve sua imagem intrinsecamente ao rock. A imagem rebelde do jeans se tornou tão forte, que o traje passou a ser proibido nas escolas e em lugares como cinemas e restaurantes. Logo depois, novas modelos, como Marylin Monroe, usavam o jeans com um apelo sensual.

Depois de James Dean e Marlon Brando, vieram os Beatles, Bob Dylan e Jimi Hendrix, e o jeans continuou se colocando como peça principal do visual jovem. Na década de 70, com a guerra do Vietnã, surgia um novo grupo, cujos ideais eram baseados na busca pela paz. Os hippies americanos adotaram o jeans como peça essencial do visual largado, e mais uma vez ele se tornou parte de uma cultura jovem. Foram os hippies que introduziram a idéia de customização das peças, feita por meios artesanais, que logo entrou em processos industriais. Ele havia entrado de vez para o vestuário, como uma peça funcional e barata, sempre ligado a um símbolo de juventude. Na mesma época o jeans inicia sua globalização e s insere na indústria européia, que transformou a aprimorou o design e o acabamento, se tornando grande referência na produção do artigo na indústria da moda. Levi’s, Lee e Mustang se consagravam como marcas de grande nome no segmento.

A primeira vez que o jeans subiu nas passarelas foi ainda nos anos 70, durante uma apresentação de Calvin Klein. O estilista foi bastante criticado pelos mais conservadores, que não imaginavam o que se tornaria aquele artigo. A campanha publicitária da grife colocava a jovem Brooke Shields trajando uma calça jeans, e então, a seguinte frase: “Você sabe o que há entre mim e a minha Calvin? Nada”.Desde então, a Clavin Klein estabelece campanhas ousadas e polêmicas. Aos poucos, muitos estilistas importantes adotaram o jeans, por perceberem que se tratava de uma peça simples e de expressão. Na década de 80, as pessoas começaram a desejar mais criatividade na hora de se vestir, e o jeans havia se consolidado como uma peça de estilo autêntico, se fortalecendo como moda casual.
O jeans atravessou o século XX sofrendo incessantes transformações, resistindo às tendências e modismos, propagando estilos e comportamentos e se tornando o maior fenômeno já visto na história da moda, um acontecimento sem precedentes. O jeans transcende a moda, e talvez já não possa ser denominado como tal; está acima dela, pois, embora sofra alterações ao longo do tempo, ele permanece, vestindo homens, mulheres e crianças, há 150 anos.

Resistente, porém nada confortáveis!

Por ser uma peça usada principalmente por trabalhadores braçais o jeans (que na época nem era chamado dessa forma) não era lá muito confortável. As calças produzidas nesse material eram resistentes, no entanto, não possuíam nenhum atrativo adicional para os clientes, não tinham estilo, conforto ou beleza.

De olho no mercado crescente, Strauss novamente resolveu procurar um novo tecido tão resistente quanto a lona, mas mais maleável. Assim, foi a Nîmes, na França, e voltou com um tecido semelhante a uma sarja bem trançada, de algodão. As pessoas o conheciam como “aquele tecido de Nîmes”, que após anos sendo pronunciado de forma errada se tornou Denim.

Mas afinal por que Jean?

Os marinheiros genoveses chamavam suas calças de trabalho de “genes” que era uma espécie de abreviação de Genova, cidade portuária italiana. E ao falar “Genes”, com o forte sotaque italiano, acabou se tornando “jeans” e assim se espalhou pelo mundo.

Inovações no design

Em 1872, Jacob Davis, um fabricante de capas para eqüinos, escreveu a Levis falando que os usuários estavam tendo problemas com os bolsos das calças, que invariavelmente soltava conforme o uso. E apontava uma solução: prender os bolsos com os mesmos rebites que eram usados nas correias para cavalos. A idéia não saiu de graça, e a partir de então Davis se tornaria sócio de Strauss.

O primeiro modelo com essa inovação recebeu o código 501, originando dessa forma o nome do mais famoso modelo da Levi´s. Aos poucos outros detalhes foram sendo incorporados a peça como os botões metálicos (a partir de 1860) , os pespontos em cor laranja e a etiqueta em couro no cós ( em 1886). Já a cor índigo, provavelmente a característica principal do jeans, apareceria apenas em 1890. A idéia viria de Strauss, que provavelmente pensando no apelo visual que uma cor diferenciada daria a suas peças, resolveu tingir o brim cru com o corante forte proveniente de uma plantinha indiana capaz de dar ao tecido um tom natural. Esse corante dava uma cor inicialmente verde as peças, mas com a exposição ao sol se tornava azul, cor que ficaria conhecida universalmente como “Indigo Azul”.

Antes dos anos 80 o jeans ainda era muito desconfortável, pois chegavam ao consumidos sem nenhuma lavagem e engomado. Esse desconforto só desaparecia após algumas lavagens domésticas.

Foi justamente nessa época que as lavanderias industriais surgiram, e essas passaram a ser responsável por desengomarem e amaciam o Jeans proporcionando um toque diferenciado. Com a criação do “stone wash”, nome conferido ao uso de pedras no processo, as calças passaram a ter um efeito envelhecido, permitindo assim criar vários tons de azul. Jeans claros e escuros, pela primeira vez, andavam lado a lado nas ruas.

Passou-se a época que o jeans era apenas encontrado em variações de azul.A tecnologia no tratamento do jeans não para de evoluir e atualmente o tecido não é mais trabalhado na lavanderia apenas na estonagem. Pode-se também dar a ele vários aspectos como efeito marmorizado, desbote em negativo, dirty (manchados), destroyed (destruídos), delavê (esbranquiçado), used (usado), e até imitar madeira e pele de animal.

O Jeans nunca esteve tão na moda e tão versátil como agora. E se nossos objetos pudessem falar, concerteza o nosso querido jeans seria o que mais teria histórias para contar. Afinal durante os 158 anos de sua existência ele passou por várias transformações de formas e significados. Já foi roupa de minerador, operário, soldado, rebelde, e hoje é usada por todos sem distinção de classe social ou idade.

Agora jeans é também sinônimo de Brasil!

Lá fora nosso jeans está sendo chamado de “milagroso” pelas revistas de moda. E esse milagre, segundo admiradores internacionais, é que alem de um bem cortado ele arrebita o bumbum. Comparado ao Wonderbra, sutiã inglês que ficou conhecido por combater a lei da gravidade, seria agora o jeans brasileiro o Wondebra do bumbum.

A explosão do nosso jeans se deve as famosas que procuram a sensualidade, a valorização do corpo e o ajuste perfeito das calças aqui produzidas. Artista como Alanis Morissette, Christina Aguilera, Meg Ryan, Jennifer Lopez e Britney Spears foram as primeiras a circular com marcas brasileiras como a Gang, Forum, Zoomp, Ellus e M Officer no exterior.

O jeans brasileiro ficou reconhecido pela invenção da cintua baixa (perfeita para o corpo das brasileiras) e pelo índigo com tactel, que deixa a calça 30% mais leve. O corte que arrebita a bunda tem uma explicação técnica: pó ser mais alto atrás e nas laterais, muito mais baixo na frente, ajusta-se melhor nos quadris, caimento produzido só por nós.

Mas, não é somente nossas peças prontas que fazem sucesso lá fora.O Brasil já é o maior produtor de tecido jeans do mundo e produz em média 25 milhões de metros por mês. Não é a toa que grandes empresas nacionais estão investindo forte em inovação, produção e exportação. Junte a isso a criatividade dos estilistas brasileiros e a já consagrada sensualidade brasileira e temos o Brasil como referencia internacional em jeanswear.

Todo esse investimento deu as empresas brasileiras o status de fornecedora das grifes mais famosas do mundo como a Zara, Calvin Klein, Miss Sixty, Replay, quase todas usam o denim produzido aqui.

Uniforme usado todos os dias, o jeans é também usado como termômetro para medir o crescimento econômico da população brasileira, pois o aumnto do consumo de roupas jeans é reflexo do crescimento do país. Se o nosso denim já tinha orgulho de ser brasileiro, agora a terra dos Tupiniquins também pode afirmar que é o pais do samba, do futebol e do Jeans!



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.. quinta-feira, 11 de abril de 2013

A Sociologia já foi uma disciplina presente em todas as escolas, assim como a Matemática e a Língua Portuguesa.

Na virada do século XVIII para o século XIX (1897), ela surgiu como disciplina obrigatória, porém no Brasil, ela somente foi realmente introduzida em 1925, com a Reforma rocha Vaz. A partir de então, a Sociologia não só se tornou obrigatória no Ensino Secundário como também assou a ser cobrada nos vestibulares para o ingresso no Ensino Superior (MORAES, 2003, p.7). Entretanto, durante os momentos de ditadura em nosso país, o ensino de Sociologia sofreu uma série de revezes:
* em 1942, durante a ditadura da Era Vargas, também conhecida pelo nome de Estado Novo, ocorreu a Reforma Capanema, que retirou a obrigatoriedade da Sociologia nos curso secundários. A disciplina foi mantida somente no Curso Normal como Sociologia Geral e Sociologia da Educação;
* em 1961, ela volta como disciplina optativa;
* em 1971, durante a ditadura militar, o ensino de Sociologia sofreu o seu mais duro golpe. Ora era tida como disciplina optativa, mas não bem vista, pois era associada , indevidamente , ao comunismo, ora era retirada da grade curricular básica e substituída pela disciplina de OSPB(Organização Social e Política Brasileira). Isso ocorreu com a Reforma Jarbas Passarinho (MORAES, 2003, p.7). Sua postura crítica diante da realidade não era bem aceita naquela época. Com o passar do tempo, muitas pessoas foram então esquecendo a importância da Sociologia para a formação geral de qualquer pessoa.
Entretanto , desde 1882 - por meio de parecer de Rui Barbosa - acreditava0se na importância da disciplina , assim como hoje se reconhece que ela é matéria importante tanto para quem fará Medicina, Direito ou Engenharia, como também para faxineiros, pedreiros, advogados, garçons,químicos, físicos, artistas, enfim, para todos aqueles que necessitam entender e se situar na sociedade em que vivem.

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OBRAS DE ESCHER

Se, se quiser construir um conhecimento coerente e consistente, será preciso afastar as prenoções e os julgamentos de valor que estão presentes no senso comum. O olhar que evita essas posturas relacionadas ao senso comum é o olhar do estranhamento.
Para trabalhar isso de forma mais clara e mostrar que é necessário desenvolver um treino do olhar, a sugestão é uma dinâmica a partir da discussão de gravuras do artista plástico holandês Maurits Cornelis Escher.

"Desenhar" litografia de 1948 . A obra de M. C. Escher ajuda a trabalhar o tema do imediatismo e superficialidade olhar de forma lúdica, porque muitas vezes as pessoas olham e se contentam com o primeiro olhar para explicar algum acontecimento ou pessoa. O problema é que, por isso, não conseguem entender muito bem o que se passa, já que o olhar é ligeiro, casual e, por vezes, também repleto de sentimentos e preconceitos.
Escher gostava de brincar com o nosso olhar. com o imediatismo do olhar. Para ele, desenho é ilusão. O desenho procura mostrar a superfície bidimensional algo que é tridimensional.



Por meio de sua obra é possível refletir um pouco sobre a superficialidade do olhar e debater sobre a questão do "certo" e do "errado". Observe a seguinte figura (“Um outro mundo I”, 1946):


Na figura apresentada, Escher mostra, de diferentes ângulos em um mesmo desenho, uma espécie de pássaro com cabeça de homem. Por meio desse desenho podemos entender que há várias formas de olhar esse pássaro-homem, e que, a cada vez que é lançado um olhar diferente, o vemos de outro ângulo: ora por cima, ora por baixo, ora da direita para a esquerda, ora da esquerda para a direita. De qualquer forma, ele nos mostra que não há uma única forma de olhar esse pássaro-homem, pois vários podem ser os pontos de vista. O mesmo ocorre com um fato ou um acontecimento, pode-se observá-lo de diferentes ângulos.
Pense num exemplo de acontecimento que pode ser olhado sob os mais diferentes ângulos. Como mostra, pode-se exemplificar com algo cotidiano, como uma partida de futebol: ela pode ser descrita das mais diferentes formas. Questione-se! Quais pontos de vista você acha que podem ser os possíveis? Anote as possibilidades e continue a indicar outras.
Aqui estão algumas dicas de possibilidades:
* o ângulo de observação:
1. dos jogadores dos diferentes times;
2. das diferentes torcidas no estádio;
3. de quem assiste ao jogo pela televisão e que pode ver um replay das jogadas;
4. dos comentaristas esportivos profissionais;
5. dos torcedores depois de lerem as matérias nos jornais e revistas e assistirem aos canais de televisão;
6. o ângulo do juiz e dos bandeirinhas;
7. dos vendedores ambulantes - provavelmente para eles um bom jogo é um jogo em que podem vender muito os seus produtos e não necessariamente o que é um bom jogo do ponto de vista dos torcedores; entre outros exemplos que achar pertinente.

Infinitas são as possibilidades de observar a realidade. E todas dependem dos diferentes ângulos que adotamos. Se quisermos fazer uma análise da realidade o mais isenta possível, devemos tentar observá-la do maior número possível de ângulos e perspectivas. Acontece que muitas vezes não paramos para olhar uma situação de diferentes ângulos. Não é difícil as pessoas aceitarem a primeira explicação dada, aquilo que um primeiro olhar mostra. Mas, ­para entender a realidade de um ponto de vista sociológico, não basta lançar um único olhar, pois o primeiro olhar, muitas vezes, não é imparcial.

A análise das figuras a seguir serve justamente para debater a superficialidade do olhar, e como as pessoas podem se equivocar por não lançar um segundo olhar a elas.
"Belvedere" litografia 1958
Observe a imagem: O que você acha que esse desenho tem de errado? Especule um pouco e faça suas considerações sobre o trabalho do artista. O trabalho de Escher parece um desenho qualquer, mas são mais do que bonitos ou feios: são instigantes, pois fazem pensar. Observe a escada de mão, há um problema ali: se um andar está em cima do outro, como é que uma escada de mão sai do primeiro pavimento e alcança o segundo? Ela precisa estar inclinada para ir de um andar para o outro, mas isso não é possível se um andar está acima do outro de forma paralela. Logo, como isso é possível? Especule sobre isso!
Na verdade, o andar de cima não está paralelo ao de baixo, ou seja, não está exatamente em cima do de baixo. Eles estão perpendiculares, pois a parte de baixo está virada de frente para o casal que vai subir as escadas, e a parte superior está virada para outra direção, ou seja, a parte de cima forma um "xis" com a parte de baixo, e, por isso, a escada pode sair do andar inferior e atingir o superior.
Repare nas duas pessoas que estão nos andares apreciando a vista. Na parte superior há uma mulher cujo rosto, qualquer observador externo pode ver, e na parte inferior há um homem de costas, que apóia a mão no pilar. Se o desenho não tivesse sido feito dessa forma distorcida, não seria possível ver o rosto dela, pois ela também estaria de costas para o observador, ou os dois deveriam estar de frente. Entretanto, como os andares se encontram como se estivessem "cruzados", um rosto é visível e o outro não, pois os andares apontam para diferentes direções.
Por fim, se restar dúvida ou não puder perceber essa disposição, atente que os pilares estão quase todos cruzados: os pilares do fundo se apóiam na parte da frente e os da frente e apóiam ao fundo.
Perceber tudo isso com um primeiro olhar é impossível. E se há algo que a Sociologia mostra às pessoas é o fato de que "a realidade social apresenta-se como possuidora de muitos significados. A descoberta de cada novo nível modifica a percepção do todo" (BERGER, 1976, p. 32-33).

Agora dirija o olhar para a próxima imagem ("Queda d'agua", litografia 1961). 
Observe esta imagem e diga o que acham que Escher fez com ela. Mais uma vez há um desenho, talvez interessante, mas não necessariamente bonito ou feio. Mais um desenho que não chama muito a nossa atenção em um primeiro olhar, como muitos fatos e acontecimentos que ocorrem à nossa volta. Questione-se!
Alguém já viu água subir? E, aqui, a água não só sobe, como sobe em ziguezague para cair no mesmo lugar de onde saiu.
O primeiro problema é que a água sobe para cair. Impossível.
O segundo problema é que consegue subir em ziguezague e cair no mesmo lugar. Impossível também.
Um terceiro problema: se a água sobe em ziguezague, como é que os pilares se apóiam uns nos outros? Em um percurso em ziguezague, era para uns estarem mais à frente e outros mais atrás, mas ele os deixou uns sobre os outros.
Mais uma vez Escher brincou com a credulidade de nosso olhar. Ele distorceu a perspectiva para fazer com que isso tudo seja possível.


"Relatividade", litografia 1962
A análise desta outra imagem ajuda na discussão sobre o que é certo e o que é errado. Ou seja, o olhar imediatista que lançamos sobre a realidade pode estar errado e repleto de preconceitos que precisam ser deixados de lado. Aquilo que parece certo de determinado ângulo, pode ser errado de outro.
Há muitas escadas. Umas com figuras subindo, outras descendo, outras de ponta­cabeça, nas mais diferentes direções. Questione-se: Quem está "certo"? Quem está "errado"? O que é certo ou errado?
Aponte para uma escada que esteja de ponta-cabeça e questione. Está errada? Mas o que acontece se você virar a figura? A escada que estava certa passa a ficar errada e a errada se torna certa. O que é certo ou errado? E se virar de novo o caderno?
Este desenho ajuda a refletir sobre a relatividade de nossos pontos de vista, de nossa perspectiva, pois quando se muda o ângulo por meio do qual se vê algo, pode-se às vezes compreendê-lo de uma forma melhor. Ajuda a refletir a respeito da questão dos preconceitos.

No caso da Sociologia, deve-se ter em mente que sempre será necessário fazer o esforço mental de procurar diferentes ângulo para conseguir aproximar-se da realidade. Afastar-se dos juízos de valor é um cuidado metodológico fundamental do sociólogo para entender as situações sociais.
Muitas vezes, as pessoas não querem fazer isso, ou seja, não querem assumir outro ângulo para observar um fato ou acontecimento. Questione-se: Por que você acha que muitas pessoas não querem adotar um outro ponto de vista?
Primeiro, porque às vezes acham que estão sempre certas e os outros, errados. Mas isso não é possível, pois não existe ninguém que está sempre certo.
Segundo, por que se a pessoa está certa, então o outro está errado, e assim ela não precisará rever seu ponto de vista. Logo, é cômodo para muitos não lançar outro olhar para analisar uma questão, pois assim não terão de mudar de opinião. Não se pensa sociologicamente a partir de uma atitude comodista.

Pense em exemplos do cotidiano: um desentendimento em casa. Muitas vezes, quando há um desentendimento em casa, ele ocorre porque as pessoas não conseguem se colocar umas no lugar das outras. Os pais parecem se esquecer de que já foram jovens e os filhos, por sua vez, não tentam se colocar no lugar dos pais para entender suas preocupações. De igual modo acontece na escola, nas relações entre alunos e professores ou entre os alunos.
Agora pensando na realidade social mais ampla, esforce-se e atente-se nos interesses divergentes entre diferentes categorias profissionais, ou entre países ou ainda entre grupos em uma cidade.
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aculturação e assimilação

.. domingo, 7 de abril de 2013

Uma breve história do Jeans
 
Durante o século XIX, acontecia nos Estados Unidos a corrida pelo ouro. Os mineradores trabalhavam incessantemente, sujeitos a todo tipo de situação, e precisavam de roupas que fossem resistentes o suficiente para o trabalho pesado nas minas. Em 1853, o jovem Levi Strauss, um judeu alemão, foi ao velho oeste americano vender lona para cobrir as carroças dos mineradores, mas devido à saturação do mercado, seus produtos começaram a se acumular nas prateleiras. Ao observar o trabalho dos mineradores, percebeu que suas roupas não resistiam ao trabalho pesado, e que eles necessitavam de algo mais durável para a atividade que exerciam. Ao notar o que acontecia, sem perder tempo, Levi Strauss levou um dos trabalhadores a um alfaiate, e com o tecido que não conseguia vender, confeccionou uma calça para ele, na cor marrom.
Logo, as calças feitas com a lona se espalharam entre os mineradores. No entanto, esse material era muito rígido e desconfortável, o que fez Strauss buscar um tecido de igual resistência, porém, mais flexível. O tecido de algodão sarjado, uma espécie de brim, vinha da região de Nîmes, na França e era utilizado pelos marinheiros genoveses. Do seu local de origem, veio o nome denim, “de Nîmes”. A cor azul do tecido veio só depois, quando Levi Strauss decidiu tingir as peças com o corante de uma planta chamada Indigus, dando a cor pela qual o jeans é hoje conhecido. Em parceria com seus irmãos e cunhados fundou a Levi Strauss & Co.
Em 1872, o então fabricante de capas para eqüinos, Jacob Davis, escreveu uma carta para Strauss, dizendo que, com o tempo e o peso das pepitas de ouro, os bolsos das calças dos mineradores começavam a cair. Propôs, então, uma solução: unir os bolsos às calças com o mesmo tipo de rebite de metal que se utilizava nas correias dos cavalos. Entretanto, Davis queria a patente da idéia, que foi paga for Strauss. A partir daí, os dois se juntaram em uma próspera sociedade na produção das calças de denim.
O primeiro lote de calças tinha como código o número 501, que nomeou o clássico e mais famoso modelo da Levi’s. Aos poucos, as calças jeans foram sendo aprimoradas. Em 1860 foram adicionados os botões de metal. Em 1886, veio a etiqueta de couro presa ao cós da calça. A cor índigo, pela qual o jeans é conhecido hoje, só apareceu por volta de 1890. Foi mais uma estratégia de Strauss para transformar a sua criação em uma peça mais atraente. Os bolsos traseiros só foram inseridos em 1910.
O jeans começou a se popularizar na década de 30, quando, usado pelos cowboys norte-americanos, quando apareceu em filmes que retratavam o clima western, que se tornou moda. Durante a Segunda Guerra Mundial, os soldados norte-americanos usavam uniformes confeccionados com o tecido, dando ao denim uma imagem de virilidade. Após a vitória dos Aliados, o jeans se espalhou pelo continente Europeu.
O denim atravessou o século XX, se transformando no artigo de moda mais democrático e popular existente. Na década de 40, os cowboys do asfalto montavam suas motos Harley-Davidson trajando o jeans. Mas foi na década de 50 que o jeans se transformou em símbolo de rebeldia, quando, no filme Juventude Transviada, o ator James Dean, no papel do jovem e rebelde Jim Stark, apareceu usando a combinação clássica: calça jeans e camiseta branca. Além de Dean, Marlon Brando e Elvis Presley contribuíram para que o artigo se disseminasse entre os jovens da época, que teve sua imagem intrinsecamente ao rock. A imagem rebelde do jeans se tornou tão forte, que o traje passou a ser proibido nas escolas e em lugares como cinemas e restaurantes. Logo depois, novas modelos, como Marylin Monroe, usavam o jeans com um apelo sensual.
Depois de James Dean e Marlon Brando, vieram os Beatles, Bob Dylan e Jimi Hendrix, e o jeans continuou se colocando como peça principal do visual jovem. Na década de 70, com a guerra do Vietnã, surgia um novo grupo, cujos ideais eram baseados na busca pela paz. Os hippies americanos adotaram o jeans como peça essencial do visual largado, e mais uma vez ele se tornou parte de uma cultura jovem. Foram os hippies que introduziram a idéia de customização das peças, feita por meios artesanais, que logo entrou em processos industriais. Ele havia entrado de vez para o vestuário, como uma peça funcional e barata, sempre ligado a um símbolo de juventude. Na mesma época o jeans inicia sua globalização e s insere na indústria européia, que transformou a aprimorou o design e o acabamento, se tornando grande referência na produção do artigo na indústria da moda. Levi’s, Lee e Mustang se consagravam como marcas de grande nome no segmento.
A primeira vez que o jeans subiu nas passarelas foi ainda nos anos 70, durante uma apresentação de Calvin Klein. O estilista foi bastante criticado pelos mais conservadores, que não imaginavam o que se tornaria aquele artigo. A campanha publicitária da grife colocava a jovem Brooke Shields trajando uma calça jeans, e então, a seguinte frase: “Você sabe o que há entre mim e a minha Calvin? Nada”.Desde então, a Clavin Klein estabelece campanhas ousadas e polêmicas. Aos poucos, muitos estilistas importantes adotaram o jeans, por perceberem que se tratava de uma peça simples e de expressão. Na década de 80, as pessoas começaram a desejar mais criatividade na hora de se vestir, e o jeans havia se consolidado como uma peça de estilo autêntico, se fortalecendo como moda casual.
O jeans atravessou o século XX sofrendo incessantes transformações, resistindo às tendências e modismos, propagando estilos e comportamentos e se tornando o maior fenômeno já visto na história da moda, um acontecimento sem precedentes. O jeans transcende a moda, e talvez já não possa ser denominado como tal; está acima dela, pois, embora sofra alterações ao longo do tempo, ele permanece, vestindo homens, mulheres e crianças, há 150 anos.
Resistente, porém nada confortáveis!
Por ser uma peça usada principalmente por trabalhadores braçais o jeans (que na época nem era chamado dessa forma) não era lá muito confortável. As calças produzidas nesse material eram resistentes, no entanto, não possuíam nenhum atrativo adicional para os clientes, não tinham estilo, conforto ou beleza.
De olho no mercado crescente, Strauss novamente resolveu procurar um novo tecido tão resistente quanto a lona, mas mais maleável. Assim, foi a Nîmes, na França, e voltou com um tecido semelhante a uma sarja bem trançada, de algodão. As pessoas o conheciam como “aquele tecido de Nîmes”, que após anos sendo pronunciado de forma errada se tornou Denim.
Mas afinal por que Jean?
Os marinheiros genoveses chamavam suas calças de trabalho de “genes” que era uma espécie de abreviação de Genova, cidade portuária italiana. E ao falar “Genes”, com o forte sotaque italiano, acabou se tornando “jeans” e assim se espalhou pelo mundo.
Inovações no design
Em 1872, Jacob Davis, um fabricante de capas para eqüinos, escreveu a Levis falando que os usuários estavam tendo problemas com os bolsos das calças, que invariavelmente soltava conforme o uso. E apontava uma solução: prender os bolsos com os mesmos rebites que eram usados nas correias para cavalos. A idéia não saiu de graça, e a partir de então Davis se tornaria sócio de Strauss.
O primeiro modelo com essa inovação recebeu o código 501, originando dessa forma o nome do mais famoso modelo da Levi´s. Aos poucos outros detalhes foram sendo incorporados a peça como os botões metálicos (a partir de 1860) , os pespontos em cor laranja e a etiqueta em couro no cós ( em 1886). Já a cor índigo, provavelmente a característica principal do jeans, apareceria apenas em 1890. A idéia viria de Strauss, que provavelmente pensando no apelo visual que uma cor diferenciada daria a suas peças, resolveu tingir o brim cru com o corante forte proveniente de uma plantinha indiana capaz de dar ao tecido um tom natural. Esse corante dava uma cor inicialmente verde as peças, mas com a exposição ao sol se tornava azul, cor que ficaria conhecida universalmente como “Indigo Azul”.
Antes dos anos 80 o jeans ainda era muito desconfortável, pois chegavam ao consumidos sem nenhuma lavagem e engomado. Esse desconforto só desaparecia após algumas lavagens domésticas.
Foi justamente nessa época que as lavanderias industriais surgiram, e essas passaram a ser responsável por desengomarem e amaciam o Jeans proporcionando um toque diferenciado. Com a criação do “stone wash”, nome conferido ao uso de pedras no processo, as calças passaram a ter um efeito envelhecido, permitindo assim criar vários tons de azul. Jeans claros e escuros, pela primeira vez, andavam lado a lado nas ruas.
Passou-se a época que o jeans era apenas encontrado em variações de azul.A tecnologia no tratamento do jeans não para de evoluir e atualmente o tecido não é mais trabalhado na lavanderia apenas na estonagem. Pode-se também dar a ele vários aspectos como efeito marmorizado, desbote em negativo, dirty (manchados), destroyed (destruídos), delavê (esbranquiçado), used (usado), e até imitar madeira e pele de animal.
O Jeans nunca esteve tão na moda e tão versátil como agora. E se nossos objetos pudessem falar, concerteza o nosso querido jeans seria o que mais teria histórias para contar. Afinal durante os 158 anos de sua existência ele passou por várias transformações de formas e significados. Já foi roupa de minerador, operário, soldado, rebelde, e hoje é usada por todos sem distinção de classe social ou idade.
Agora jeans é também sinônimo de Brasil!
Lá fora nosso jeans está sendo chamado de “milagroso” pelas revistas de moda. E esse milagre, segundo admiradores internacionais, é que alem de um bem cortado ele arrebita o bumbum. Comparado ao Wonderbra, sutiã inglês que ficou conhecido por combater a lei da gravidade, seria agora o jeans brasileiro o Wondebra do bumbum.
A explosão do nosso jeans se deve as famosas que procuram a sensualidade, a valorização do corpo e o ajuste perfeito das calças aqui produzidas. Artista como Alanis Morissette, Christina Aguilera, Meg Ryan, Jennifer Lopez e Britney Spears foram as primeiras a circular com marcas brasileiras como a Gang, Forum, Zoomp, Ellus e M Officer no exterior.
O jeans brasileiro ficou reconhecido pela invenção da cintua baixa (perfeita para o corpo das brasileiras) e pelo índigo com tactel, que deixa a calça 30% mais leve. O corte que arrebita a bunda tem uma explicação técnica: pó ser mais alto atrás e nas laterais, muito mais baixo na frente, ajusta-se melhor nos quadris, caimento produzido só por nós.
Mas, não é somente nossas peças prontas que fazem sucesso lá fora.O Brasil já é o maior produtor de tecido jeans do mundo e produz em média 25 milhões de metros por mês. Não é a toa que grandes empresas nacionais estão investindo forte em inovação, produção e exportação. Junte a isso a criatividade dos estilistas brasileiros e a já consagrada sensualidade brasileira e temos o Brasil como referencia internacional em jeanswear.
Todo esse investimento deu as empresas brasileiras o status de fornecedora das grifes mais famosas do mundo como a Zara, Calvin Klein, Miss Sixty, Replay, quase todas usam o denim produzido aqui.
Uniforme usado todos os dias, o jeans é também usado como termômetro para medir o crescimento econômico da população brasileira, pois o aumnto do consumo de roupas jeans é reflexo do crescimento do país. Se o nosso denim já tinha orgulho de ser brasileiro, agora a terra dos Tupiniquins também pode afirmar que é o pais do samba, do futebol e do Jeans!
 
 
 
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